O Cacique, o Padre e a Missa
Fonte:
http://fratresinunum.com/
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Ilustração artística de uma missa celebra no rito tridentino. |
Reproduzo
hoje no blog, um dos mais belos testemunhos (senão um milagre) que
prova a grande sacralidade e profundidade da Santa Missa Tridentina.
A história que segue abaixo é real e o padre que viveu e testemunhou os fatos ocorridos ainda vive (foto abaixo). Essa história foi
relatada pelo Subdiácono Rafael Scolaro, do Instituto Bom Pastor, no
dia 21 de Julho de 2010, em uma aula/palestra para o Grupo São Pio V
de Curitiba.
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Padre Pinzon e Padre Navas. |
É
algo tão maravilhoso que apaga todas as dúvidas naqueles que ainda
duvidam do poder que tem a Tradição de realizar nas civilizações.
E até mesmo as pessoas sem qualquer capacidade intelectual de
compreender as doutrinas mais profundas do cristianismo. De fato.
Quando abandonei o protestamento e decidi conduzir meus três filhos
à Santa Igreja Católica não foi outra coisa senão a Tradição
meu instrumento de discernimento: eu precisei ver algo no catolicismo
que o colocasse acima de tudo o que o protestantismo praticava.
Particularmente acredito realmente que muitos protestantes ainda não
se tornaram católicos, ou mesmo retornaram ao catolicismo, deve-se
ao fato do "catolicismo" apresentado a eles. Em muitos
casos há até reais semelhanças. Santo Afonso Maria de Ligório
converteu muitos protestantes justamente porque ele lhes mostrava que
o rigor católico possuía a beleza e a verdade cristãs que não
existiam no protestantismo.
Segue
a história:
Havia
um Padre, ordenado há cerca de 3 meses na Congregação Missionária
dos Xaverianos, que foi designado para trabalhar como missionário na
Amazônia brasileira, onde há tribos que ficam muito tempo sem
Missa, às vezes até três anos sem nem mesmo ver um Padre; só Deus
sabe mesmo de quanto em quanto tempo essas tribos indígenas têm
Missa. Este Padre recém-ordenado foi rezar a Missa Nova em uma tribo
no meio da selva que havia sido evangelizada pelos Missionários
Montfortinos franceses, há muito tempo atrás.
Depois que o Padre
rezou a Missa Nova dele, todo contente, um velho Cacique da tribo
veio até ele e disse-lhe:
– “Não
tem mistério nenhum nisso que você acabou de fazer”.
E
o Padre disse: – “Como
não tem mistério? Isso aqui é Missa! Como você pode dizer que não
tem mistério?”
–
“Isso
não é a Missa”, respondeu o Cacique.
– “E
qual que é a Missa?”, indagou o Padre.
– “É
aquela que o Padre diz: Introibo
ad altare Dei”,
falou o Cacique.
Esse
Padre nunca tinha ouvido falar dessa Missa onde se dizia “introibo
ad altare Dei”.
No entanto, essa era a Missa da qual esses índios ficaram privados
durante tanto tempo e na qual aquele velho Cacique havia sido acólito
e coroinha do missionário, já falecido, que evangelizou aquela
tribo há tantos anos atrás. O
Padre, ao retornar à sua casa, foi falar sobre a Missa com seu
Superior, que lhe disse:
– “Esses
índios ignorantes não sabem nada, por que é que você está indo
atrás deles? Eles não conhecem nada”.
Porém,
o Padre foi à biblioteca e encontrou uma foto do seu Superior
rezando a Missa de São Pio V, usando uma casula e na posição
versus
Deum.
Então ele começou a querer saber sobre isso e acabou entrando numa
crise espiritual. Perdeu tudo o que tinha (carro, celular, rádio,
etc.) e ficou 6 meses sem conseguir rezar a Missa Nova, aliás,
nenhuma Missa, porque ele não conhecia mais a Missa.
O
Padre voltou para sua terra, a Colômbia, onde encontrou o Pe. Rafael
Navas, que naquela época pertencia à FSSPX (Fraternidade Sacerdotal
São Pio X), e foi quem lhe explicou qual era o problema do Concílio
Vaticano II e da Missa Nova. Pe. Navas conseguiu que ele fosse para
La Reja, na Argentina, no seminário São Pio X. Lá, esse Padre
ficou 4 ou 5 anos, onde aprendeu a rezar a Missa de São Pio V.
(Atualmente, Pe. Rafael Navas é o superior do IBP do Chile e de toda
a América Latina)
Voltando
para a Colômbia, este Padre não foi aceito por bispo algum e se
tornou padre vago. Por causa disso, ele não tinha onde dormir, nem
onde comer, mas ele tinha a Missa do “introibo
ad altare Dei”,
e por isso não desanimou. Durante aproximadamente 8 anos ele ficou
nessa situação: morava com pessoas que queriam a Missa Gregoriana,
rezava a Missa na casa delas, suas coisas ficavam guardadas na
rodoviária, com chave alugada, num armário e por muitas vezes ele
não tinha o que comer.
Quando
o IBP (Instituto Bom Pastor) foi fundado, o Pe. Navas, que já estava
lá incardinado, chamou esse Padre para que ele também se
incardinasse no IBP. Este Padre, convertido pelo índio, é o Pe.
José Luiz Pinzón, atual Superior do IBP em Bogotá, na Colômbia.
Vejam
que ele teve a graça da conversão pelas palavras saídas da boca de
um índio que nada sabia sobre fenomenologia e nem sobre filosofia
escolástica para saber a diferença entre elas. O que é o sensus
fidei!
Deus dá a graça, mesmo a um índio no meio da selva. Às vezes, um
índio que está no meio da selva consegue entender melhor um
problema do que a gente aqui, na “civilização”. Notem como a
sabedoria de Deus foi proferida pela boca de um índio: “a Missa é
aquela que o Padre diz "Introibo
ad altare Dei",
não é isso aí que você fez”.
Como
dizia São Pio de Pietrelcina: “É
mais fácil o mundo ficar sem o sol do que ficar sem a Missa”.
O mundo está de pé porque a Missa Gregoriana nunca deixou de ser
rezada. Mesmo quando Paulo VI “proibiu-a”, houve padres idosos,
em comunhão com Roma, para os quais Paulo VI deu a dispensa para
rezá-la e, além disso, em outros locais continuou-se também
rezando a Missa Gregoriana, como em Campos e na FSSPX. Portanto, a
Missa de São Gregório Magno nunca foi interrompida, desde Nosso
Senhor até hoje, e assim ela irá até o final dos tempos.
Um comentário:
Ao contrário das igrejas católicas orientais, que conservam os seus ritos e as suas línguas originais, a Igreja Católica Apostólica Romana de romana parece que já pouco tem. Até o latim é atacado por muitos ditos católicos.
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